22 Março de 2014 – 2ª etapa Circuito NGPS- Vale de Cambra (Serra da Freita)

       É sempre bom regressar ao circuito NGPS e desta feita à Serra da Freita, já que lá tinha estado em Junho de 2011.
       O valor da inscrição tinha como particularidade, reverter na totalidade para os Bombeiros Voluntário de Vale de Cambra, para assim poderem continuar com a construção do novo quartel, pelo que mereceu de todos os amantes do circuito e não só, uma presença massiva nesta etapa, em que os números rondaram muito perto das 900 inscrições.
    Assim, em jeito de cerimónia foi entregue no início da etapa, um cheque no valor de 5000€, à Associação Humanitária daquela corporação, que para mim, sem dúvida, marca um dos pontos mais altos de quem pensou na ideia em organizar o conceito do circuito NGPS. Estão todos de parabéns, as equipas que se esforçam para apresentar os melhores trilhos da sua região, bem como todos aqueles que comparecem e percorrem os trilhos.
   Bem, para esta etapa, tive como companheiro de “roda” nada mais que o Laranjeira, logo os andamentos iam ser fortes, tal é a qualidade do bicho….lol…
     O tempo estava algo escuro, e já depois de levantar o dorsal, começou a pingar bem forte, que apressou e de que maneira os preparativos da etapa.
     Depois dos 5 km iniciais, feitos a rolar a uma altitude de 240m, que nem deu para aquecer, começou a verdadeira escalada até à Serra da Escaíba (km 11) e à Serra do Arestal (km 16), já a uma altitude de 810m. O piso, tal como esperava, era muito duro, com muita pedra, em que as subidas eram muito técnicas e difíceis de transpor e as descidas tinham de ser sempre feitas com muita atenção, em que ao mínimo descuido….. já foste….
       Tal como o guia indicava, estava previsto ao Km 25, passagem e paragem no talho Confiança, que tinha como particularidade podermos comprar a carne à nossa escolha e grelhar de imediato, coisa rara…lol… ainda efetuamos uma paragem neste local, mas tendo em conta que ainda era cedo, e por não termos ainda grande apetite, decidimos continuar um pouco mais.
       Mas para abrir o apetite, ainda tivemos que cavar, ou seja, na passagem pela Aldeia de Calvela -  Junqueira (Km 31), em comemoração do dia Internacional da árvore e da floresta, foi dada a oportunidade de plantar uma árvore. Claro que não poderia deixar passar esta oportunidade e plantei uma “quercus robur” – carvalho, tendo o Laranjeira plantado uma “quercus suber” – Sobreiro…pena foi logo a parede que tivemos de subir, após esta paragem.
       Decidimos então fazer a nossa paragem maior na confeitaria Flor da Junqueira, e o Laranjeira não foi de modas e lambeu logo 2 rissóis de leitão…lol…tendo eu comido apenas 2 pétalas alface….lol…
       O percurso continuava muito duro e as subidas pese embora não fossem de grande intensidade, eram muito complicadas de transpor, devido à pedra, o que desgastava e muito as perninhas. A próxima paragem era chegar ao ponto mais alto da etapa, bem no cimo da Serra da Freita (1045m altitude).
     Bem, aqui, mais me pareceu que estava a subir o Marão, sobe, sobe, sobe, e nunca mais acaba o raio da subida chata e dura… lol…mas lá foi ultrapassada e merecidamente conquistamos a medalha que consagrava a nossa valentia e determinação, oferecida pelos Bombeiros.
    Rapidamente passamos pelas famosas “Pedras Parideiras”, património Geológico pela Unesco, onde em termos gerais, depois de ocorrer um fenómeno de termoclastia, pequenas pedras separam-se de uma pedra mãe, ocorrendo isto em apenas 2 partes do mundo, cá e na Rússia. Tal como já referi no início em 2011, aquando da minha passagem naquele local, foi-me oferecida uma pedra destas, num café existente naquela aldeia.
      Um pouco mais à frente, estava outro dos momentos altos do percurso, ou seja o Miradouro da Frecha da Mizarela e a sua bela queda de água, sem dúvida é de uma beleza rara e imponente.
  Quando pensávamos que a dificuldade estava transposta, eis que somos sempre presenteados com mais uma parede, seguida de outra, e outra sem fim…bolas, isto não acabava…lol..
   Grandes paredes já no fim do percurso e quando as pernas já não respondem, não é muito a minha onda, e as organizações deviam ter isso em conta.
Contudo, lá chegamos ao fim, com uma valente porradinha de tanta pedra e subidas, ficando para trás os 78,5 Km percorridos, em 06H30, com um altimetria de 2450+.
      No final a organização presenteou-nos com broa “regada” com mel, que estava muito saborosa e doce, muito bom, para retemperar forças.
   Depois de banho tomado, pois claro, com água temperada/fria para a recuperação muscular, recomendada pelo Drº e muito bem, lá seguimos viagem, como se costuma dizer: contentes e felizes da vida, com o sentimento de dever cumprido.
   Uma palavra de agradecimento ao amigo e meu companheiro de viagem - Laranjeira, por juntos termos conquistado a Freita, deu luta, mais caiu…. 

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